sexta-feira, 19 de março de 2010

love kills;

Eu havia acabado de acordar, tivera um sonho incrivelmente tosco, mas algo me preocupara, eu vi a mim mesmo morrendo e não acordei no momento em que morri, eu continuei ali firme e forte sentindo a dor da morte, eu podia sentir o cheiro de carne podre e o véu negro e pesado que a morte trouxe consigo, por um instante eu pode jurar ter sentido cheiro de ferro, sim puro ferro, mas não sabia ao certo, estava escuro e eu preferia não me mexer, não queria derrubar nada que pudesse estar ali no vácuo, eu sentia o buraco no meio de minha cabeça sangrar, o sangue escorria pelo meu rosto e descia pelo meu pescoço e peito e por questão de segundos eu notara que estava nu e que sentia frio, pois meus pêlos estavam um tanto eriçados, a brisa fria vinha de trás e acertava meu pescoço de forma prazerosa e se fosse mais constante ou intenso poderia me fazer ficar excitado de maneira bem fácil, mas não fiquei, lambi meus lábios rapidamente e pude sentir o gosto enferrujado de meu próprio sangue o que me deu uma anciã incrivelmente forte, mas por incrível que pareça eu continuava ali de pé, como uma estatua fria e sangüenta, eu não sentia mais aquela sensação de que havia alguém ou algo ali comigo, a brisa fria acabara e o sangue que na qual escorria congelara a ponto de queimar, foi quando resolvi me convencer a acordar.

Meus olhos abriram-se aos poucos, mas meu corpo não pode se mexer por alguns segundos, eu sabia que estava a sonhar, mesmo não gostando do que iniciara o sonho, abri a boca e bocejei, limpei meus olhos e sentei sobre a cama, a casa estava vazia ou seria silenciosa? Tanto faz. Vesti meu calção, liguei o computador e abri a janela, não demorou muito para eu perceber que havia algo de estranho, eu olhara para o céu e ele estava incrivelmente claro, mas a superfície era escura a ponto de eu não enxergar um palmo a minha frente. Dei passos para trás e voltei minha atenção ao laptop, ele estava aceso, porem somente por dentro, estava tão escuro quanto antes.

Cheguei perto de meu laptop, o mais perto possível, senti a ponta de meu nariz tocar o vidro do mesmo, mas não havia iluminação em mim, como se eu fosse uma sombra, como se o quarto fosse uma sombra, me afastei do vidro e vi que o mesmo estava manchado de algo em tom de vermelho, pude sentir o cheiro de ferrugem novamente, ele nunca fora embora, eu estava em casa, mas ele nunca fora embora, eu estava no mesmo lugar, só resolvera me mexer. A mancha no vidro era obvia, escorria sangue na mesma e a deixava ainda mais tenebrosa, apesar de ser linda mesmo feita de meu próprio sangue, meus pés estavam frios e cansativos, alisei a imagem sob o vidro, mas ela não estava mais ali, sob ele. Ela magicamente atravessara o vidro e se encontrava agora na parte de dentro do mesmo, o coração ainda escorria sangue, mas eu não, minha testa estava intacta, mas mesmo assim era tão linda, não chamativa, tão desejável, tão excitante, mas eu sabia a quão perigosa era, a quão trapaceira e fria era. Hoje ela poderia ser a melhor coisa eu possa lhe acontecer e basta uma gota a mais que ela vira a pior, uma doença, uma maldição, uma linhagem, um amor.

O dia estava claro quando acordei, tocava Panic no meu celular para me acordar, eu tinha aula em alguns minutos, era melhor eu me arrumar e tentar não vacilar, não agora, não é tempo, não é hora, mas ela vai chegar e quando chegar eu vou estar preparado, tenho flores nas mãos, lírios e rosas vermelhas.


(Não deu para citar ninguém então aqui vai, Duke, Heloisa Chata, Mari, Tigs, Rebs, Leticia, amo vocês (Y))

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